segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

uma nota,uma cortina,um olhar.

aquilo que entra nos ouvidos, que ultrapassa os tímpanos, que está entre um dó e um fá cometidos por um piano. aquilo que entra com as lindas notas é intenso. esvaindo de si e deixando o som penetrar em todo seu ser. aquele som penetra e preenche os vazios que foram deixados dentro. Preenchendo até mesmo seu coração que agora bate calmamente, acompanhando o estado em que sua mente e todo o resto de seu ser começavam a se encontrar devido àquilo. com um grande arfar e de olhos fechados, a sensação era de estar voando, de não haver mais nada abaixo ou nenhum peso sobre ou dentro de si. seguindo apenas a claridade que penetra seus olhos fechados e o som,

abre a cortina e seus olhos; se depara com um azul amarelado de início de manhã. aquele inebriante som que invadiu até o fundo de sua alma a faz segui-lo. instantaneamente veste a primeira peça que encontra na frente. um esvoaçante vestido branco separado para a noite. nada condizente com a situação porém tão magnífico quanto aquele som, ele era tão meigo quanto aqueles brilhantes olhos inebriados de notas musicais. ao ultrapassar a porta e seguir o som, percebe que ele vem da casa ao lado de uma janela entreaberta ao lado da porta. espia por ela mas a cortina não lhe permite ver muito além de habilidosas mãos em um lindo piano preto. uma brisa afasta a cortina e ela não percebe,pois não consegue levantar seus olhos que miravam aquelas mãos. de repente ela percebe que as mãos pararam de tocar. não enxergou mais devido a ebranquiçada cortina. esperando que fosse apenas uma pausa e que pudesse voltar a ouvir aquela linda canção manteve-se ali, debruçada na janela, escondida pela cortina, tentando alcançar melhor as notas que chegaram até sua cama há poucos minutos. a mão tocou então a cortina e a afastou. foi aí que percebeu que as mãos haviam parado de tocar pois seu dono a notou. imediatamente dirigiu seus olhos para cima e encontrou brilhantes olhos azuis fixados nos dela, e ao descer seu olhar viu um constrangido sorriso que deu lugar a um 'perdoe-me,eu a acordei?'. inebriada agora por aqueles envolventes olhos azuis ela não consegue fazer mais do que retribuir ao sorriso...

escrito por :Ana Paula Santos Omar

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