segunda-feira, 1 de novembro de 2010

silêncio molhado

a água escorria por seu corpo.gélida e neutra se contrariava ao líquido salgado e quente que impensadamente brotava dos olhos.Tremia,perdia o ar.Mas não era ruim.Isso momentaneamente a fazia esquecer o mundo,todo o mundo,a não ser por si mesma.Não,ela esquecia todo o mundo,ela não era desse mundo,ela não pertencia a ele.ela não pertencia a nada,nem a ela.
retirando os vestígios do resto de mundo que grudava,expulsando-os de dentro.não sabia bem porquê o fazia,mas aquilo era bom e trazia meios sorrisos aos lábios rubros e molhados.
ela decidiu mesclar-se à água,e sentia-se escorrer e esvair,pelo ralo,sentia o frescor,o molhado,o vazio.sentia-se bem.
se esvaindo,aos poucos perdeu o controle de si,não sentia mais seu corpo,não sentia mais ela.não sentia mais nada,além do frescor.ela não sentia mais um vazio.ela era o vazio.ela era o nada.ela deixou de existir...

terça-feira, 12 de outubro de 2010

gotas-

e eu,sentada ali,impregnada em meus pensamentos.Na verdade,um em específico ocupou boa parte de meu ócio tempo.Pensava em como seria bom tê-lo junto a mim nesse momento e poder banhar-me de uma água refrescante,em qualquer lugar que nos permitisse expandir nosso amor mutuamente através de nossas bocas e corpos unidos,fazendo o frio passar despercebido por nós enquanto aproveitamos o fascínio que cada gota proporciona a nós.Tais gotas percebo assemelharem-se a nós - visto que de forma imperceptível aos olhos de quem não sabe enxergar,mas de forma ''passionalmente'' inquietante aos que vêem- muda bruscamente.Ora é suave, lentamente bela;ora é uma tempestade , prazerosamente rápida.Um humor mutável,facilmente mutávele que se faz incomum e surpreendente, ganhando a atenção de quem o percebe com clareza.
Quem consegue assimilar-se a tais gotas,tem um amor verdadeiramente belo e grande o bastante para ver a beleza em cada ato,ainda que antagônicos.
Sorte tem aquele que tem um amor como a chuva.Muitas vezes ela pára,mas continua a se formar e existir,e sempre volta a mostrar-se,surpreendentemente.

Escrito por:Ana Paula Omar

segunda-feira, 12 de julho de 2010

sol,amor&café

O irritante barulho do despertador.5:00 hrs.Como ela havia deixado.Levantou-se.Odiava acordar cedo,mas naquele dia tinha um motivo para sorrir para as estrelas que se preparavam para sumir aos olhos dela e darem lugar as cores e formas da manhã.
Ele dormia parecendo um anjo(clichê,mas não havia outra descrição mais apta àquele rostinho perfeitamente calmo e inocente que era observado).Um beijo suave e terno o acordou.Estava tudo planejado.As estrelas ainda brilhavam quando saíram em busca de um bom lugar para assistir ao céu.Sentaram na areia da praia enquanto o crepúsculo matinal dava lugar ao amanhecer e o sol rapidamente escalava o céu.
A primeira manhã que viu nascer.E dividiu esse momento(um dos mais lindos de sua vida) com ele.Aquele que era o (seu) sol. A recém-nascida manhã ensolarada e a doce sensação que suas cores traziam se refletiam naqueles olhos cor-de-mel que cintilavam a sua frente.O sabor daquele momento naquele beijo.Suas bocas entrelaçadas demonstravam o amor contido dentro deles.O amor se mostrava naqueles olhos,naquele beijo e na bela manhã ensolarada que os contemplava.
Os raios do sol estavam acompanhados do gostinho romântico de abraços com pão-de-queijo e um pouco de café com grandes doses de amor.O dia os espelhava.O sol e os tons leves de azul claro e amarelo-bebê mostravam a pureza e intensidade daquele amor.
O dia era eles.

Escrito por:Ana Paula Omar

domingo, 30 de maio de 2010

as cores da dor.

Roxo profundo e inchado que cobre o olho,vermelhidão em muitas partes do corpo,três costelas quebradas,o gostinho de ferro na boca proporcionado pelo sangue que escorre da gengiva.Final de uma briga,e é isso que se ganha?
-Menina estúpida! - é o que diziam a ela por sua briga e sua conquista com ela.Afinal,o que a fez querer brigar?
Ela tinha conseguido o que queria.Não brigou por vingança,por vontade de matar o outro nem nada parecido.Ela brigou pra sorrir,pra se sentir bem.Nada melhor do que ver estampado no rosto do outro as dores que estão dentro dela-Sua dor que a fazia não deitar em sua cama,sabia que a dor gostava daquela cama e sempre aparecia acompanhada das habituais lágrimas,dos gritos,dos rasgos no peito.Gostava tanto que só ia embora horas depois,quando ela desmaiava de sono (ou desidratação,talvez)-.Tudo bem,ela também tinha estampada em si as marcas.Mas nenhuma dor externa comparava-se aquela que corroía seu coração.Ela conseguiu acalmar aquela impiedosa dor de dentro e fazer curativos em seu coração enquanto fazia o maxilar do outro deslocar,ela sentiu o riso chegando quando revidou o olho roxo no nariz sangrento do outro.Ela só queria tirar aquela dor.Ela queria compartilha-la com a pessoa que pra ela merecia sentir mais dor que ela.Suas costelas dificultavam a respiração,ela não ligava,adaptou-se a isso.A devastadora dor de dentro fazia o mesmo,fazia mais.Ela a queimava,ela a matava lentamente por dentro.
Ela não era agressiva,esquentadinha,ou sequer sabia bater em alguém.Ela só queria ver a dor.Ela só queria tirar a dor.As cores da dor que se mostravam nos corpos a faziam se sentir aliviada.
Ela não estava mais tão morta,e sabia que se continuasse daquela forma tiraria a morte de dentro dela.Ganharia em lugar dela sangue e fraturas.Risível troca,o que eles eram comparados a Sua dor?!

p.s.:inspirado por um texto da Lai ;) obrigada Laai!o/

Escrito por : Ana Paula Omar

terça-feira, 25 de maio de 2010

um pedaço dela

Dormir?não.ela não dormia.ela semi-morria por algumas horas.porque durante seu sono ela não sonhava;ela não pensava;ela respirava.sim,ela respirava.essa era a diferença dela para um morto.ela não ouvia,não sentia enquanto tinha seus olhos fechados.Ela abriu os olhos,não queria,voltar a consciência,e voltar a vida.
Nublado em vários tons de cinzas diferentes,com pouco branco e pouca luz,o céu era ela por dentro.Isso a fez se sentir melhor,pelo menos o céu a entendia.
Levantou.Foi tentar tirar a melancolia do corpo,esperançosa de que saísse junto ao suor com a água quente na redonda louça branca que a acomodava como nada mais ultimamente.talvez como sua cama e o edredom.
Entregou-se à água em busca.de quê?nem ela sabe,mas buscava na água.não queria pensar,decidiu tentar voltar ao estado mórbido que estava em sua cama.Não conseguiu,estava viva demais para voltar ao seu estado inicial.Desistiu.Secou-se,pôs o primeiro tecido confortável que viu pela frente,vestiu-se de alguma coisa preta(ver do lado de fora o que sente por dentro sempre a deixava mais confortável).Foi para a aula observar o céu da janela.Nada a fazia prestar atenção,a não ser o único que se sentia como ela naquele dia.ela decidiu ouvir música alta.o som em seu ouvido a desnorteava.Isso era bom.ela estava em estado de dormência graças a música,toda ela por dentro.Músicas.Elas a entendiam também.diziam o que ela sentia.a batida alta em seu ouvido transpunha a revolta,os gritos eram seus medos e a letra mostrava ao mundo alguém como ela.
De olhos abertos cheios de cinza,refletindo a imagem que ela via,refletindo sua alma.de ouvidos-portas que enchiam seu corpo de compreensão musical.Ela sentia-se com o bastante para amenizar o que vinha de dentro,pelo menos até voltar a seu bom estado de bem-estar-semi-morto.
Quando pode retornar a seu lar e ninguém estava mais por perto,ela chorou.Era tão entorpecente deixar a água cair de seus olhos,levando um pouco da dor.O medo ainda estava ali.Como?O medo dela não ligava para a dor,não era apegado a ela.Não importava a ele que ela estivesse escorrendo na água.Ela pedia pra que ele se importasse e decidisse segui-la.Mas ele não queria saber,gostava do conforto dali de dentro.Nada o fazia sair dali.No máximo,permitir ser deixado de lado e nocauteado pelo som alto que entrava dos ouvidos.
Depois que toda a água acabou,a dor ainda existia dentro dela.Menor,por ora,até ganhar motivos para crescer de novo.Mera ilusão acreditar que toda a água que escorria pudesse fazer a dor não voltar.
Ela sentiu um toque suave em sua face -não percebeu que deixou a porta entreaberta- olhou para cima,conseguiu reconhecer aquele toque,que há tanto não sentia.Ao olhar naqueles olhos afáveis e cheios de um amor que pertencia a ela,recordou-se do motivo pelo qual continuava viva e lembrou o que era sorrir,o que era felicidade.Ela achou ali o que havia procurado na água,e entorpecido a falta na música.
Ela achou ele,ela achou o amor que estava adormecido nela,que tinha sido coberto por seu medo e a dor.
Ela voltou a dormir,a sonhar,a sorrir, a ter vida.Ela voltou a ser dele.

Escrito por:Ana Paula Omar

terça-feira, 11 de maio de 2010

por que não notar?

azul claro esbranquiçado pincelado de pequenos riscos brancos (quase inotáveis) e grande mancha amarelo real.assim estava o céu no entardecer.ele vem acompanhado de refogado de alho com cebola preparado pela mamãe.estúpidas sensações,cores e coisas que estão abaixo de nossos narizes e acima de nossos olhos.então,por que não notar?
cores,cheiros,barulhos.faz tão bem notá-los minuciosamente como se o mundo fosse apenas contido daquilo.Os verdadeiros mínimos detalhes que ninguém olha,que ninguém sente ou ouve.Os cheiros mudam,as cores mudam,os sons mudam,nós mudamos,e continuamos a não notá-los.
Muitas vezes estamos tão ocupados com nossos compromissos ou com nós mesmos,nossos vícios,amigos e preocupações que não notamos quão lindo é o céu,as folhas e cada corzinha ao nosso redor seja ela da borboletinha invisível a seus ocupados olhos que passou do outro lado da rua,ou da arvorezinha que você tropeçou na raiz exposta no meio da calçada e xingou.
Proponho que após ler isso tente,apenas tente,olhar pro céu e diagnosticar todas as cores que há nele.cada tom de cinza,azul,amarelo ou vermelho.e que sinta o cheiro da chuva,da comida da mamãe,do orvalho da madrugada e de muitas coisas mais que nunca são percebidas.Coisas que poderiam e devem ter importância,porque nos lembram a perfeição de cada detalhezinho do ambiente ao nosso redor.que nos fazem ver como somos bobos por nos importarmos apenas com nós mesmos e acharmos que somos muito,quando na verdade há coisa muito mais grandiosa que a gente acontecendo e vivendo ao nosso lado.
Nada dessa balela de ''plante uma árvore'',fique a vontade pra plantar se tem vontade,mas o mais importante não é que você compre uma semente e a ponha no vaso.eu proponho que cuidemos da ''árvore''.se quer melhorar algo,não plante simplesmente,cuide da planta,olhe pra ela,lembre-se dela.e lembre-se de sempre olhar pra cima.porque há cores muito mais bonitas e diferentes no céu do que dentro de você.;)
*texto feito especialmente para a linda e irmãzinha, Nanna!;)
Escrito por:Ana Paula Omar ;)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

amor-de-amigos

Sorriso,vontade de abraçar...choro,segredos,conselhos,adivinhação,alto grau de conhecimento sobre o outro.compreensão do olhar. Sentimos falta,vontade de estar perto. Amor.Sim,isso e muito mais é o que encontramos quando sentimos amor.Mas não amor de namorado simplesmente,essa é a mescla densa e verdadeira que achamos entre aqueles que denominamos Amigos.Estejam longe,do lado,sorrindo,brigando,fazendo besteira ou brigadeiro,nós sentimos isso tudo por eles e eles por nós.Uma amizade verdadeira requer amor verdadeiro.Daqueles que ultrapassa mudança de onde foi estudar,morar ou de jeito de ser.Daqueles que está pronto pra brigar se a pessoa estiver fazendo algo errado ou que a faça mal.Daqueles que ultrapassa ciúmes bobos mas que pede por eles pra saber que a pessoa se importa e te quer por perto.Amor que não acabe quando acaba o ensino médio,ou quando você simplesmente não encontra mais a pessoa com tanta constância.Amor aquele que resiste a saudade,que sente saudade,que está prestes a segurar a mão e levantar o outro no momento exato.Amor de amigo é o que eu sinto pela Lola(A irmãã),pela Lê(pelas Lês!Xavier e Santos^^),pela Mah,pela Chelly,pela Loly,pela Nanda(aquela que me inspirou a escrever este texto e me acompanha desde que fui morar na Ribeira!^^),pela Dry,pela Nanna,pelo Ro,pela Cih,pela Cah(paranaense lindaa^^),pela Kah(que conheço a pouco tempo mas que sabe que pode contar comigo^^),pelo Mark(O irmão!^^),pelo Masson(meu lindiinho),pelo PH(o Jake,o MEU Jake^^rs ),pela Juh(irmã sumida rs),pelo Sérgio(cunhado/amigo^^),pela Jess(parte de um dos meus trios de irmãs^^),pelo Hugo,pelo Aleex(pouco tempo,muita coisa em comum =D)pela Manda,pelo Bruno,pela Mandinha,pelo Lipe,pelo Júlio,pela Day,pelo Gus,pela Fran,pelo PC(amigo/cunhado^^rs),pela Bella(minha lindaa e filhotinha^^),pela Nah(a futura madrinha rs),pela Deeia(amiga das cartiinhas rs),pela Yumi,pela Ana,pelas Kels(Rachel,Carolen),pela Lo,pela Prisk,pela Bianca,pela Sthephy,pela Su,pela Lai,pela Duda,pela Caroli^^,pela Camila,pela Clara(a nova amiga que conheci no marco polo de piscina;D)pela Carol,pela Gil,pela Luu(Luanny),pela Vivii,pela Queren Well rs,pela Sandy(a buxexa;D),pela Dessinha,pela Lu C.,pela Babi,pela Paulinha,pelo Duduuu(meu eterno bebee^^),pelo Riaan^^.
Este texto é simples,e foi feito apenas como um pequeno lembrete a cada um de vocês,ainda que não leiam isso de que eu os amo e sempre penso e estou ao lado de cada um de vocês.Com cada um tenho histórias.Com alguns Muiiiiitos anos e muiiitas histórias,com outros poucas,e pouco tempo.Os amo,a uns mais que outros,mas o bastante pra que jamais sejam esquecidos por mim!E quero lembrar a Nanda,que me inspirou pra fazer este texto,A Lê Xavier e Jess que me inspiraram a começar minha história que sou grata demais pelo incentivo de vocês.E lembrar a todos que agradeço muito pela reciprocidade do sentimento manifesto por mim.
E a quem não esteja nesta lista,ao lerem esse texto,lembrem-se de seus amigos,e da importância que eles tem.Lembrem-se de que devemos agradecer a eles e a Deus por tê-los.É sempre bom lembrar que temos pessoas importantes ao nosso lado e lembrar a elas a importância que elas tem pra gente.
Amizade é que o há! ;)

Escrito por:Ana Paula Omar ;)

Incoerências(outro pequeno devaneio)

Entregue a meus vícios particulares
procurando por um caminho que me leve
pra longe daqui,
pra longe de mim,
que me faça feliz?
não,isto é pedir demais.
Ao menos que me alivie
de minha própria e sórdida vida.
O melhor caminho é o vício,
os vícios,Meus vícios,
que fazem tão bem pro meu rosto
pondo um pequeno e bobo sorriso
nele.
eu sei,ele é corrosivo,
eu sei,ele me afunda.
E sei,é incoerente.
Mas incoerente é ser feliz enquanto vazia por dentro,
Incoerente é ter o amor ao lado e pensar em outro.
Incoerente é ter saúde e não ser saudável.
É falar muito e ser um túmulo de si mesmo.
Incoerente mesmo é pensar na vida quando não se vive.

Escrito por:Ana Paula Omar ;)

terça-feira, 20 de abril de 2010

O primeiro devaneio:A dor e eu.

A dor tem vida própria dentro de mim.e compartilha da minha.E invade a minha.E se nutre dela.Se cria,cresce e fica bem aqui dentro.
Aparece nos momentos de insegurança(medo).Acho que ela deve estar de caso com meu medo,pois sempre que o sinto,ela vem vê-lo.
De tanto que estou com ela, estou me acostumando.Estamos nos adaptando uma a outra.Ela tenta não ser muito intensa no início - algo afável em minha opinião- e eu aos poucos convivo menos ruidosamente com ela.
Mas uma grande companheira dela, que quase smpre a vem ver quando ela se mostra mais intensa é a umidade excessiva.Aquela que dá nos olhos e aos poucos escorre pelo rosto.Também costumamos chamá-la de lágrima.Estão ficando mesmo amigas.
Só o que não entendo é o conflito que existe entre meu medo e a dor,com o meu coração.Acho que a dor é a principal responsável pelo conflito.Porque nos raros momentos que o medo vem e ela não está por perto,o coração fica aflito,apertadinho,mas nada que o afete muito.
Quando a dor está no meio, o pobre coração sofre com os buracos que ela abre,e que se tornam insuportáveisquando ela os soca bem ali dentro.Chega a faltar o ar,fica difícil respirar.
Tirando esses momentos tirânicos e raivosos da dor,pode-se dizer que ela se faz tão presente que estou pensando em nomeá-la como minha.Apossar-me dela.Assim como fiz com o medo.De início ele visitavasó as vezes.Agora já está muito bem instalado dentro de mim.E a dor tem seguido o mesmo caminho.
Quem sabe um dia a gente consiga se separar e viver longe uma da outra.Apaixonada como está pelo meu medo,ela só me deixaria se for pra ir com ele,eu sei.Mas pretendo expulsá-lo aos pouquinhos.Sabe,as vezes ele é incômodo.
Só espero que um dia possamos ser amigas distantes.Com visitas apenas quando realmente necessário.O mesmo digo do medo.
E que eles consigam viver bem sem mim.
Escrito por:Ana Paula Omar ;)