segunda-feira, 22 de outubro de 2012

inesperado.


assim que o vi, me pareceu tão encantador. claro, calmo e sensual. admito que é extremamente atraente com seu belo corpo (esguio e muito bem definido); o rosto bonito , incomum(com traços finos) e o cabelo liso,   reluzente ao sol, sempre bagunçado. mas a verdade é que o que me faz olhar pra você, e querer me aproximar desde a primeira vez, é o seu olhar. um olhar duro, frio, distante. não me derrete, não me alegra. mas me intriga.  me conecta. me envolve de uma forma a querer entende-lo e suavizá-lo.o que o deixa tão impenetrável? o que o levou a ficar assim? posso ver claramente um brilho em seu olhar frio que me deixa ao menos notar que essa não é a sua natureza... mas não sou atraente o suficiente para chamar sua atenção. e sua frieza (sempre) me mantém distante. apenas observo e tento entender por que não devo ou posso me aproximar. suas palavras indelicadas, seu olhar torturantemente gélido incomodam, às vezes, mas não o suficiente para me fazer desistir. eu tento. eu gostaria de poder. mas algo dentro de você me envolve. e você não vê.  talvez, um dia, note minha curiosidade,minha necessidade em conhece-lo ,de verdade, saber o que há por trás de sua capa extremamente resistente(e que provavelmente esconde uma grande dor dentro de si) .talvez não queira isso, não queira que alguém chegue tão perto e o desvende, e o entenda... e o ame.

quinta-feira, 15 de março de 2012

efêmero.

    -Respirar fundo! - este foi o primeiro e quase instintivo pensamento que lhe veio a cabeça após perder o fôlego, e com ele os pensamentos (e o não admitido coração). Recobrando a consciência do resto do mundo e de si mesma, voltou a escutar a música que tocava aos seus ouvidos e não fora notada durante aquele breve/intenso segundo (?) - ao menos lhe pareceu um segundo, eterno.
    E quando voltava a si , seus pensamentos a traíram e foram de encontro ao coração.Bastou recordar aquele olhar ( por outras vezes o sorriso, a voz, o rosto ...) para não ter mais controle sobre seu olhar cintilante e a incessante batida mais forte que o habitual.
   Sabia que sintomas eram esses , sabia a doença que tinha. E odiava a si mesma por não se prevenir de forma eficaz. - Ora, como posso estar sentindo isso?! Nunca quis,procurei ou sequer permiti! - pensava,culpando a si. Até que sua raiva daqueles sintomas a dominou, e a culpa passou a variar de alvo, sobrando para todos e qualquer um que aparentemente demonstrasse estar... naquele estado.
   Por que aquilo a controlava?! Por que tão bom, tão lindo e tão feliz? Não! Aquilo não era saudável. Aquilo ia doer, ela sabia , ela via a dor dos outros. Que imensa completude e sorrisinhos eram aqueles que a invadiram? Afinal,eles surgem de dentro ou vêm de fora? Por onde chegou? Ela não viu. Perdeu a si mesma e ao resto do mundo sem ter porquê, sem poder pensar em dizer não. E agora? Que faria?
   Levantando ainda em choque de sua cadeira, se encaminha para a porta, desce as escadas e vai. Para onde, não importava, pois ia com o seu inesperado guardado dentro de si,e pela primeira vez pronunciou a tão indesejada - por ela- frase: sinto que estou apaixonada.