segunda-feira, 20 de junho de 2011

você

vozes vindas da tv,o ronco de uma moto,o barulho da chave, e à meia luz,os livros em cima da bancada.as letras se embaralhavam em minha mente.eu lia mas não via.e o que me incomodava não era o cachorro que latia,nem a tv,nem nada do lado de fora.o que me embaralhava as letras,era o nó na garganta,era o grande aperto que meu coração sofria naquele momento,era aquele pensamento.dizia pra mim mesma que era cansaço,que precisava dormir,tentei faze-lo,mas o aperto,o arfar,as voltas que minha mente dava não me permitiam.
voltei para a escrivaninha,olhei de novo para as letras embaralhadas,me esforcei.abri um vão em minha mente,e consegui.finalmente li um paragrafo,ou seria uma frase?não sei.o vão aberto em minha mente logo se fechou e não consegui mais me focar naquilo.depois de alguns minutos,ou horas(?),eu cansei das tentativas,decidi ouvir os ruídos da tv mais de perto.quando dei por mim,os pensamentos estavam todos ali,novamente,acompanhando cada olhar apaixonadodos mocinhos,cada demonstração de desejo entre os vilões.cada abraço entre os amigos,cada dia bonito que aparecia,cada sonho que eu tinha...quando dei por mim,meus olhos se abriam,a cortina abrandava o sol matinal.e mais uma vez,acordei(eu durmi?eu não vi).e voltou.o aperto,a não concentração,o arfar,o pensar completa e somente...em você.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

vazio

a lua brilhava pálida e intensamente sobre a calma água.o céu,extremamente escuro com seus pontos luminosos que quase sumiam perto do brilho da lua.aquela lua que jamais vira brilhar tanto quanto naquela gélida noite.ela tremia,mas não conseguia sair dali e parar de admirar a noite,e o brilho da lua.de repente olhou para si,tão pálida e tão sozinha quanto a lua.todos aqueles intensos raios da lua,que não pertenciam a ela.o que mais admirava na lua não era só dela.ela precisava de outro para brilhar daquela forma.e naquela noite gélida notou,então,pálida e só ,que ela não  possuía o(um) sol...